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terça-feira, 24 de maio de 2011

CÚPULA DO MERCADO!

TRENSURB E PREFEITURA DE PORTO ALEGRE ESTUDAM CONSTRUÇÃO DE CÚPULA SOBRE ESTAÇÃO MERCADO

Um estudo desenvolvido pelo arquiteto Klaus Bohne, da Tria Design, busca criar um marco referencial no centro de Porto Alegre: uma cúpula sobre a Estação Mercado da Trensurb, na Praça Revolução Farroupilha. Segundo Bohne, o significado da estrutura para a capital gaúcha seria comparável ao que é o Museu do Louvre para Paris ou o Museu de Ciência e Tecnologia para Vancouver.

De acordo com o diretor-presidente da Trensurb, Marco Arildo Cunha, "o projeto prevê a construção de uma cúpula de aço e vidro com 730 metros quadrados de área interna, 12,8 metros de altura e 31 de diâmetro". O piso também seria de vidro, de forma que a iluminação solar poderia ser aproveitada no saguão da Estação Mercado.

O estudo foi apresentado ao prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, em reunião realizada na última sexta-feira, 20. Pela Trensurb, esteve presente o diretor-presidente Marco Arildo Cunha. Também prestigiaram a apresentação representantes da Caixa Econômica Federal – que manifestou interesse em instalar uma agência no interior da estrutura –, Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Secretaria de Planejamento Municipal, Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre e Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico.

Para os curiosos que quiserem conferir "o marco referencial". Clique aqui.

4 comentários:

  1. Pôxa Tiago, sem conhecer o projeto já tasca uma "estufa" e "tem que ser forte.."
    E de que a Paulinha tem medo?
    Porto Alegre merece mais. E pensar que somos do mesmo tão sonhado Conselho de Arquitetura e Urbanismo...Vamos tentar ser mais como os médicos na questão do respeito profissional. Ou vamos continuar assim. è o que Porto Alegre oferece.
    Arq. Klaus Bohne

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  2. Caro Klaus,
    Tens razão. O comentário foi inadequado e não foi feito de maneira construtiva.
    Por outro lado, não devemos temer as críticas, ela faz parte da nossa profissão.
    Eu, agora, olhei com mais atenção notícia que foi publicada no site da Trensurb com o texto e uma imagem. Estes são os elementos que temos para conversar, por enquanto. E, assim como concordei contigo de que o título usado por nós não foi feliz (e já corrigimos), concordarei agora com a arq. Paula, nossa sócia: a cúpula irá produzir o efeito estufa. Abrir zenital em Porto Alegre é esquentar demasiadamente o ambiente interno na maior parte do ano e/ou desperdiçar muita energia em ar condicionado (se houver). Tu, com tua experiência na área, sabes disto muito melhor do que nós.
    Por outro lado, achei exagerado o texto comparando a cúpula de vidro que projetaste com o Louvre, tendo em vista que abaixo dela estarão as bilheterias do metrô, e não o vestíbulo de um grande museu. Já passamos, aqui no escritório, por situações destas em que prometemos, através de um projeto, mais do que entregamos e a frustração do cliente e dos usuários não compensa a euforia e o exagero inicial.
    Mesmo assim, reforço que não temos muitos elementos para discutir, então, te convido a que nos envies mais material do projeto para que possamos publicar no nosso blog, se for do teu interesse, e iniciar uma discussão mais séria e com posse de todas as informações.
    Finalmente, muito obrigado por reagires ao nosso comentário e por entrares em contato. Acredito que a arquitetura merece ser mais discutida sim (e quem sabe o CAU não poderá ajudar nisto também), para que os bons projetos se qualifiquem antes de sua construção e prosperem... Ou não são extremamente criticáveis o terminal “mosca varejeira” ali do lado do Mercado ou o Camelódromo, por exemplo?
    Grande abraço.
    Arq. Tiago

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  3. De fato concordo com o arq. Tiago que não se deve temer a crítica e sim usá-la à próprio favorecimento.
    Creio que por análise de espaço, nestes últimos anos, naquele local da cidade,há uma convergência de elementos arquitetônicos criados sem um devido estudo. Creio que esta cúpula viria a 'brigar" com o arco já existente, desqualificando assim o espaço pré-existente. Creio, também, que a praça seca ali criada deve criar vida e ter seu espaço valorizado e não somente uma vida no embarque/desembarque do trem. Acho que não há uma harmonia entre os projetos e defendo que este arco viria a "poluir" o espaço.

    Paula Motta.

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  4. Envio a resposta do colega Klaus:

    Caro Tiago,
    Fico contente e esperançoso após ler o teu e-mail, o qual me permite esclarecer alguns pontos do texto publicado e que está me causando certo desconforto.
    Em primeiro lugar, agradeço o teu reconhecimento quanto ao tom do comentário no Blog, principalmente por haver pouco conhecimento público do projeto.
    Tenho-te em grande conceito pela tua atuação e liderança no IAB, trincheira de grandes lutas da arquitetura no Brasil, cujos resultados estaremos colhendo em breve quando do efetivo funcionamento do CAU.
    Não temo críticas, pelo contrário, aceito, mas que sejam no âmbito construtivo-técnico e bem embasadas, onde o contraponto agregue conhecimento e crescimento.
    Quanto ao projeto da Cúpula, surgiu ainda em 2007, antes da reforma da Praça Revolução Farroupilha, que já naquela época carecia de um uso mais utilitário.
    Nós como arquitetos, temos um olhar calibrado e crítico sobre a cidade e o que não nos parece harmônico, imediatamente re-projetamos mentalmente de acordo com o nosso repertório acumulado.
    Tenho sempre uma sensação de ausência ao olhar para aquele círculo elevado do chão no centro da praça Rev. Farroupilha.
    O projeto da cúpula prevê rasgos de vidro no piso que proporcionará iluminação natural para o saguão de acesso aos trens e bilheterias, tirando partido da estrutura quadriculada de vigas existente.
    Quanto ao temido efeito estufa, tenho mantido contato com técnicos e fornecedores nacionais e internacionais que oferecem soluções muito satisfatórias (comprovadas pelo uso) através da aplicação de vidros de alto desempenho do tipo insulado (low-E e com uma camada de ar entre o interno e o externo) minimizando sobremaneira o calor no interior da geodésica. Está previsto ar condicionado inevitavelmente, cujo consumo será auxiliado através da geração de energia fotovoltaica, tecnologia esta que incentivo fortemente o uso integrada a arquitetura, apesar do ainda pouco interesse governamental.
    Em relação ao Louvre, o texto publicado foi resumido e, sendo assim, não conseguiu ser fiel ao que foi dito por mim na apresentação do projeto. Fiz um apanhado de ícones arquitetônicos em várias cidades do mundo, ressaltando a importância da obra arquitetônica para a identidade das cidades, e entre vários exemplos citei a pirâmide de vidro do museu do Louvre (arq. I.M.Pei) como um caso onde o passado dialoga harmonicamente com o contemporâneo, valorizando ambos.
    Discordo, porém da tua observação quando as bilheterias do metrô sob a cúpula não serem comparáveis ao vestíbulo de um grande museu. Acho que os milhares de usuários das bilheterias do metrô gostariam de um ambiente qualificado como o que estamos propondo, valorizando-os indiretamente como cidadãos.
    Eu poderia ainda discorrer sobre a geodésica como arquétipo desenvolvido para ser o abrigo universal mínimo do homem, mas isto é assunto para uma boa conversa ao vivo, para a qual desde já te convido.
    Agradeço teu alerta de prometer e cumprir o que foi prometido ao cliente evitando frustrações. Estou trabalhando duro para isto.
    Por fim, concordo que muitas obras na nossa cidade são questionáveis e devemos nos manter sempre atentos.
    Tenho certeza que ambos queremos uma cidade para nos orgulhar e conviver em harmonia.
    Encerro com uma citação do colega I.M. Pei e outra imagem da cúpula.
    “O sólido é para os mortos, mas o transparente é para os vivos”.
    Um abraço,
    Arq. Klaus Dal Pai Bohne

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