Dimplomatas,
Saiu ontem (15.dez.2010) no blog da Raquel Rolnik uma postagem sobre Porto Alegre e as alterações urbanísticas em função da Copa do Mundo de 2014.
Aqui ela comenta que em Porto Alegre, Copa 2014 vira justificativa para qualquer alteração urbanística.
E ela se refere à esta notícia do dia 02.dez.2010 publicada pelo Jornal do Comércio: Vereadores de Porto Alegre aumentam os índices construtivos.
:/
O seu comentário aguarda moderação.
ResponderExcluirMais que “jeitinho” é uma condição crônica em Porto Alegre, onde as “soluções especiais” tornaram-se a regra para aqueles que podem pagar.
Funciona assim, os empreendimentos de impacto elevado e que requisitam alterações ao regime proposto tem que apresentar “estudos” de impacto e ser aprovados em 2 câmaras: a primeira chamada CAUGE é a gerência inter-secretarial de avaliação de projetos, a segundo, o CDDUA, é o conselho do Plano Diretor composto por 1/3 de entidades profissionais, 1/3 de entidades “populares” (na verdade representantes das Regiões de Planejamento da cidade) e 1/3 de secretarias.
O efeito desse rito tem sido a aprovação de alterações (para mais) dos índices de aproveitamento e taxas de ocupação, criando edificações de enorme impacto quase que indiscriminadamente. Se exagero, não é muito, pois o impacto se sente cotidiana e cumulativamente no sistema viário e no transporte público.
O interessante é notar que esses fenômenos não são de hoje. Pelo contrário. Em discussões bastante interessantes no IAB-RS, por exemplo, levantou-se a questão de que os espaços de participação direta abertos durante as gestões (progressistas) do Partido dos Trabalhadores em PoA a partir de 1989 foram paulatinamente sendo tomados como extensões da hegemonia (econômico-política) ao invés de servir como um contraponto ou complemento alternativo.
Neste sentido, não devem acabar por aí e o Cais do Porto, os estádios e obras para a Copa sedimentarão um ciclo de captura da mais-valia urbana por poucas empresas – algumas delas nem mesmo brasileiras